Quem sou eu
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Poema en línea recta
Nunca he conocido a nadie a quien le hubiesen molido a palos.Todos mis conocidos han sido campeones en todo.Y yo, tantas veces despreciable, tantas veces inmundo, tantas veces vil,yo, tantas veces irrefutablemente parásito,imperdonablemente sucio,yo, que tantas veces no he tenido paciencia para bañarme,yo, que tantas veces he sido ridículo, absurdo,que he tropezado públicamente en las alfombras de las ceremonias,que he sido grotesco, mezquino, sumiso y arrogante,que he sufrido ofensas y me he callado,que cuando no me he callado, he sido más ridículo todavía;yo, que les he parecido cómico a las camareras de hotel,yo, que he advertido guiños entre los mozos de carga,yo, que he hecho canalladas financieras y he pedido prestado sin pagar,yo, que, a la hora de las bofetadas, me agachéfuera del alcance las bofetadas;yo, que he sufrido la angustia de las pequeñas cosas ridículas,me doy cuenta de que no tengo par en esto en todo el mundo.Toda la gente que conozco y que habla conmigonunca hizo nada ridículo, nunca sufrió una afrenta,nunca fue sino príncipe - todos ellos príncipes - en la vida...¡Ojalá pudiese oír la voz humana de alguienque confesara no un pecado, sino una infamia;que contara, no una violencia, sino una cobardía!No, son todos el Ideal, si los oigo y me hablan.¿Quién hay en este ancho mundo que me confiese que ha sido vil alguna vez?¡Oh príncipes, hermanos míos,¡Leches, estoy harto de semidioses!¿Dónde hay gente en el mundo?¿Seré yo el único ser vil y equivocado de la tierra?Podrán no haberles amado las mujeres,pueden haber sido traicionados; pero ridículos, ¡nunca!Y yo, que he sido ridículo sin que me hayan traicionado,¿cómo voy a hablar con esos superiores míos sin titubear?Yo, que he sido vil, literalmente vil,vil en el sentido mezquino e infame de la vileza.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Poema em linha reta
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,Indesculpavelmente sujo,Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,Que tenho sofrido enxovalhos e calado,Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachadoPara fora da possibilidade do soco;Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigoNunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humanaQue confessasse não um pecado, mas uma infâmia;Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?Eu, que venho sido vil, literalmente vil,Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Fernando Pessoa(Álvaro de Campos)
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,Indesculpavelmente sujo,Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,Que tenho sofrido enxovalhos e calado,Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachadoPara fora da possibilidade do soco;Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigoNunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humanaQue confessasse não um pecado, mas uma infâmia;Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?Eu, que venho sido vil, literalmente vil,Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Fernando Pessoa(Álvaro de Campos)
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
domingo, 21 de junho de 2009
Cycle Chic? Ainda não.
A ideia do Cycle Chic ainda não chegou ao Rio? Estamos atrasados, atrasadíssimos! Vou lançar essa moda aqui na minha cidadezinha já! Vou mesmo de bicicleta para o trabalho: é rápido, é prático, é barato, é saudável e não polui. Amanhã começo. Vou fotografar o que puder.
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