Quem sou eu

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Adiós! Adeus! Au revoir! Arrivederci! Goodbye!

"Sobre a cabeça, os aviões/Sob os meus pés, os caminhões (...)/Mas meu (seu) coração balança a um samba de tamborim (...) que tudo o mais vá pro inferno, meu bem."

Um comentário:

Ana Rodinsky disse...

Sobre a cabeça os aviões, sob os meus pés os caminhões

Aponta contra os chapadões meu nariz

Eu organizo o movimento, eu oriento o carnaval

Eu inauguro o monumento no Planalto Central do país

Viva a bossa-sa-sa, viva a palhoça-ça-ça-ça-ça

O monumento é de papel crepom e prata, os olhos verdes da mulata

A cabeleira esconde atrás de verde mata o luar do sertão

O monumento não tem porta, a entrada de uma rua antiga, estreita e torta

E no joelho uma criança sorridente, feia e morta estende a mão

Viva a mata-ta-ta, viva a mulata-ta-ta-ta-ta

No pátio interno há uma piscina com água azul de Amaralina

Coqueiro, brisa e fala nordestina e faróis

Na mão direita tem uma roseira autenticando eterna primavera

E nos jardins os urubus passeiam a tarde inteira entre os girassóis

Viva Maria-ia-ia, viva a Bahia-ia-ia-ia-ia

No pulso esquerdo bang-bang, em suas veias corre muito pouco sangue

Mas seu coração balança a um samba de tamborim

Emite acordes dissonantes pelos cinco mil alto-falantes

Senhora e senhores ele põe os olhos grandes sobre mim

Viva Iracema-ma-ma, viva Ipanema-ma-ma-ma-ma

Domingo é o fino da bossa, segunda-feira está na fossa

Terça-feira vai à roça porém

O monumento é bem moderno, não disse nada do modelo do meu terno

Que tudo mais vá pro inferno meu bem

Viva a banda-da-da, Carmem Miranda-da-da-da-da